Uma médica que atua há cerca de quatro anos na rede pública municipal, e dois profissionais de enfermagem, um deles, proprietário de uma clínica/ casa de repouso, no Jardim Santa Rosa, em Nova Odessa, são investigados como responsáveis pelo desvio de quantidade de medicamentos controlados da Farmácia Pública Central. Através de uma ação conjunta realizada há 45 dias pelas secretarias municipais de Saúde, de Segurança, de Negócios Jurídicos e de Governo, o esquema foi constatado ontem. O enfermeiro Valter José Rezende, que segundo consta, já trabalhou na rede de saúde de Santa Bárbara, é apontado como o principal responsável. Ele foi detido e identificado ontem quando tentava obter vários medicamentos controlados no Centro Médico Municipal usando receituário ilegal. Na abordagem feita pela Guarda Civil Municipal, foram encontrados com o enfermeiro talonários de receituário com a assinatura de uma médica da rede municipal, além de 500 comprimidos de três tipos de psicotrópicos. No flagrante, foi apurado pelo Comandante da Guarda Civil que Rezende retirava uma média de 1.500 medicamentos por mês usando inclusive receitas de pacientes já falecidos. Em entrevista concedida ontem à tarde, os secretários Fábio Luiz Alves (Saúde), Paulo Jodas (Segurança), Mauro Rontani (Jurídico) e Gilmar Margato (Governo), deram detalhes da investigação realizada e da identificação dos responsáveis. De acordo com Fábio Alves, desde fevereiro a Saúde está monitorando o serviço de assistência farmacêutica para apurar a qualidade e garantir atenção aos usuários. Durante esse trabalho foram identificadas várias disparidades e uma delas foi o aumento na demanda de medicamentos controlados no campo da saúde mental. “A partir dessas irregularidades passamos a monitorar o serviço e hoje (ontem) organizamos um esquema para identificar essa prática ilícita. Estamos levantando mais informações para levantar o prejuízo financeiro que a Prefeitura teve com isso”, informou o secretário de Saúde. O esquema envolve uma médica concursada que trabalha na rede local há cerca de cinco anos e uma enfermeira com nível superior, também concursada, que mora no Jardim Amélia. Segundo o secretário de segurança, Paulo Roberto Jodas, as duas têm vários indícios de envolvimento. “Identificamos que existem várias ações desse grupo, como receituário em branco e também, além de revelações do Rezende. Ele usava endereços falsos, entre eles o endereço da enfermeira na Rua do Sódio, Jardim Amélia. O nome delas não foram revelados na coletiva. A suspeita é de que os desvios venham ocorrendo há quatro anos. O enfermeiro retirava medicamento como o Diazepan, que é de uso comum na saúde mental. Rezende foi levado à Polícia Civil e liberado logo após o registro do boletim de ocorrência. Porém a investigação prossegue para descobrir qual o destino dos medicamentos. Ele poderá responder por falsidade ideológica, estelionato e possível formação de quadrilha. A médica e a enfermeira foram suspensas e vão responder a processo administrativo disciplinar (sindicância interna) na Prefeitura. Ficarão afastadas por 30 dias durante essa sindicância qie irá apurar os fatos. O secretário Fábio Alves disse que há um conjunto de dados para serem investigados. Cópias do boletim de ocorrência serão encaminhadas para o CRM-Conselho Regional de Medicina e o Coren-Conselho Regional de Enfermagem. O secretário de Segurança Paulo Jodas, destacou que o trabalho foi realizado dentro de um sistema de inteligência orgânica que esta implantando na cidade com o monitoramento.
O prefeito Mario Heins (PDT) considerou o episódio bastante grave e disse que o controle se faz cada vez mais necessário.
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Postado por GCM Guilherme no Guarda Civil de Santa Bárbara d'Oeste em 10/20/2009 08:53:00 AM
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