Greve da polícia em 2008 também teria contribuído para alta dos índices
Diante do aumento no volume de diversos crimes, o governo de São Paulo avaliou ontem que a crise econômica mundial e a greve da polícia de 2008 foram fatores que colaboram para o salto dos índices de violência no estado. "No primeiro semestre de 2009, com a crise econômica mundial, os índices de criminalidade haviam oscilado ligeiramente para cima", diz documento distribuído pela Secretaria de Segurança Pública.
A greve de 2008 dos policiais civis também foi usada como justificativa. A avaliação é a de que o protesto provocou a redução no número de ocorrências registradas em delegacia naquele ano, o que explicaria o salto dos índices em 2009.
— Houve um pico naquele primeiro trimestre de 2009, mas que não se verificou ao longo de todo aquele ano. O que temos agora é uma tendência acentuada de queda — avalia o delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, Benedito Paulo Neto, a quem coube dar explicações sobre a política de segurança de São Paulo.
Sobre o aumento do número de assassinatos no interior de São Paulo, o delegado disse que "não chega a preocupar".
— Foi um aumento de apenas 2,9%, ou seja 131 a mais num estado que tem 40 milhões de pessoas. Leia mais em O Globo
A violência aumentou no estado de São Paulo ano passado, segundo dados oficiais divulgados pelo governo paulista. Em 2009, os índices de roubo chegaram a bater o recorde da década. Foram 257.004 roubos ano passado, contra 217.867 em 2008, um aumento de 18%. O maior número de ocorrências desse tipo de crime havia sido alcançado em 2003, quando foram registrados 248.406 casos. Homicídios, latrocínios, furtos e sequestros também aumentaram em relação a 2008.
Em queda de 2001 a 2008, o número de homicídios dolosos (intencionais) voltou a crescer no estado. Chegou a 4.557 ano passado, contra 4.426 em 2008, uma elevação de 3%. O governo paulista, no entanto, comemorou o fato de o índice ser de 10,9 assassinatos para cada 100 mil habitantes, um dos menores patamares do país, segundo a Secretaria de Segurança Pública. A Organização Mundial de Saúde, porém, classifica esse quadro como epidemia.
De acordo com planilhas da própria secretaria — os dados foram divulgados ontem no Diário Oficial do Estado —, o número de latrocínios também subiu de 267 mil para 304 mil (14%), e os sequestros tiveram aumento de 60 mil para 85 (40%). Também chamaram atenção os registros de furto e estupro. No primeiro caso, foram contabilizados 528.933 casos no estado, 8% a mais que em 2008. Já os casos de estupro subiram de 3.338 para 5.647. Leia mais em O Globo
As estatísticas sobre criminalidade divulgadas ontem também mostram uma explosão da violência policial em São Paulo. O número de pessoas mortas em confronto com policiais militares em serviço cresceu 41,2% no estado ano passado. Foram registrados 524 casos, contra 371 em 2008.
Essa elevação ganhou força no último trimestre de 2009, quando já havia sido constatado um aumento significativo das estatísticas dos demais crimes. No período, a quantidade de pessoas mortas pela Polícia Militar cresceu 93,3%, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou ontem que deu início no final de 2009 a uma série de ações para reduzir a criminalidade no interior e no litoral de São Paulo. Entre os exemplos citados pela secretaria, estão a ampliação do sistema de vídeo monitoramento, a compra de helicópteros e a chegada de novos delegados a essas cidades. Leia mais em O Globo
Retirado de: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/02/03/governo-paulista-culpa-crise-mundial-263052.asp
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