Para associação, iniciativa invade privacidade do trabalho policial.
Cabral chegou a vetar texto e diz que há outras prioridades na segurança.
Um crime que chocou a sociedade e poderia ficar sem punição: se não fossem câmeras de segurança de prédios vizinhos, não seria possível ver os policiais militares levarem os pertences do coordenador do grupo AfroReggae, assassinado durante um assalto.
Por causa de registros como esse, a Assembléia Legislativa do Rio aprovou uma lei para instalar câmeras em todas as viaturas policiais. O governador Sérgio Cabral, no entanto, disse que existem outras prioridades na área de segurança e vetou o projeto.
“A ideia é ótima, é muito boa, o problema é que a gente tem um cronograma de investimentos”, disse Cabral.
Os deputados estaduais derrubaram o veto e a lei entrou em vigor. Já há experiências em Santa Catarina. Nos Estados Unidos, há mais de uma década as câmeras mostram todo o trabalho dos policiais e as perseguições a bandidos.
PRF faz testes em estradas do Rio
A Polícia Rodoviária Federal já começou a fazer testes nas estradas do Rio. As câmeras filmam sem interrupção e os policiais não têm acesso ao material. Toda a abordagem é gravada.
Além de captar as imagens externas, o equipamento também grava todo o áudio dentro do próprio carro da polícia. Como uma caixa preta de avião, tudo o que os policiais conversam dentro do veículo antes, durante e depois das abordagens é registrado. E este é um dos pontos que está mais provocando polêmica.
Mas a Associação de Cabos e Soldados da PM do Rio é contra a iniciativa. “Ela entra na privacidade do trabalho policial, porque está generalizando, está classificando todos como criminosos, quando na realidade a maioria não pratica crime. O policial vai se sentir fiscalizado, afrontado, agredido na sua integridade moral”, disse Wanderley Ribeiro, da associação.
Mais segurança para policiais
Para Paulo Scorani, ex-subcomandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da Polícia Militar, o equipamento pode aumentar a segurança da população e dos próprios policiais.
“É a policia estar vigiando, a sociedade estar vigiando o trabalho do seu policial. Eu não vejo nenhum problema nisso, dentro de um princípio democrático”, disse.
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