terça-feira, 26 de janeiro de 2010

GCM de Ribeirão Preto particpa de palestra sobre diversidade sexual

Tratamento adequado

Para evitar o preconceito Guardas civis obtiveram orientação para tratar homossexuais durante as abordagens de rotina

 

GABRIELA YAMADA
Gazeta de Ribeirão
gabriela.yamada@gazetaderibeirao.com.br

Guardas civis municipais se reuniram ontem com representantes das organizações não-governamentais (ONGs) Diversidade Sexual e Arco-Íris, de Ribeirão Preto, com o objetivo de obter orientação na abordagem de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT).
A Arco-Íris defendeu a construção de uma cerca na mata do Alto do Morro do São Bento, local de grande incidência de sexo e uso de drogas entre esse público.
De acordo com os guardas, os maiores problemas estão na Praça Sete de Setembro e Alto do Morro do São Bento: no primeiro, eles ouvem reclamações dos moradores da região com relação aos adolescentes que "extrapolam os limites" durante o namoro. Já no segundo, há relatos de sexo na mata, localizada ao lado do Teatro de Arena.
"Eu sou favorável ao guarda que chamar a atenção de quem está extrapolando. É comum que, quando abordado, o homossexual diga que está sofrendo preconceito", afirmou Nélio de Figueiredo, 48 anos, da Diversidade Sexual. Segundo ele, gays e lésbicas devem ser chamados, respectivamente, de senhor e senhora. Já os transexuais e travestis devem ser abordados como "ela".
Fábio de Jesus Silva, 22, da Arco-Íris e organizador da Parada Gay de Ribeirão, afirmou que a solução para o Alto do Morro do São Bento está na construção de uma cerca no local. "Ali é ponto de programa, tem casos de estupros e pessoas foram assassinadas", disse. Um projeto do Departamento de Atividades Culturais, da Secretaria Municipal da Cultura, prevê a construção de um muro no entorno do complexo. O projeto não tem data definida para execução.
BANHEIROS. Silva afirmou que irá propor uma reunião na Secretaria Municipal da Saúde para definir o uso dos banheiros localizados nas unidades de saúde municipais pelos transexuais. A empresária Ágatha Lima, 40, passou pela cirurgia de mudança de sexo e afirmou que usa banheiros públicos para deficientes físicos para evitar problemas.
"Eu mudei de sexo, agora sou mulher. Quando o guarda pede meu documento, meu nome é de homem. Ninguém sabe como agir", afirmou.
Problema da vitimização
Durante a reunião, os guardas civis municipais expuseram alguns problemas que encontram durante a abordagem do público LGBTT, que, segundo eles, acaba se vitimizando e acusando-os de homofobia. Durante a Parada Gay, por exemplo, eles relataram gestos e atitudes "ofensivas".
De acordo com os guardas, geralmente o público LGBTT não gosta de ser abordado e receber orientações. Um dos profissionais afirmou que, na Praça Sete de Setembro, um adolescente abordado chegou a subir em um banco para confrontá-lo e passou ser acusado de homofóbico.
"Foi uma troca de experiências. Aprendemos com eles e eles aprenderam com a gente, como funciona nosso trabalho", afirmou o superintendente da Guarda Civil Municipal (GCM), André Tavares. "A nossa intenção é se unir com eles e tentar solucionar esses problemas, principalmente no Alto do Morro do São Bento", completou. (GY)

Retirado de:

 http://www.gazetaderibeirao.com.br/conteudo/mostra_noticia.asp?noticia=1671070&area=92020&authent=5561EDD8805300ECD8E64310EAB9E7

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