O advogado João Tancredo, do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos, afirma que policiais militares invadem casas, fazem revistas vexatórias e cometem violências físicas em favelas atendidas pelas Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs.
Tancredo atribui a responsabilidade ao governo do estado do Rio que, na opinião dele, privilegia um política de segurança violenta que prega o extermínio da população negra, pobre e favelada.
O advogado denuncia ainda que a atual política de titulação de terras nas favelas vem somada à política de pacificação e alerta para a possível expeculação imobiliária nas favelas. O objetivo final desta política é que grandes construtoras possam comprar terrenos agora opcupados por moradores. Com o aumento do preço da terra, ela ressalta, fica impossível a manutenção da vida nas favelas. Escute a opinião do advocado aqui.
Outra crítica durante a atividade no FSU foi feita ao processo de implementação das Unidades da Polícia Pacificadora (UPPs), marcado apenas pela presença da polícia e não do Estado como algo maior. O morro Santa Marta, na Zona Sul Carioca, foi dado como exemplo. Após um ano de ocupação policial a favela não recebeu nenhum posto de saúde.
Na opinião do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol – RJ), também presente ao debate ocorrido na terça (22/03), a população negra, pobre e favelada vem sendo considerada dispensável pelo Estado por ter menor poder de consumo.
O deputado estadual afirma que as UPPs atendem somente áreas turísticas ou de auto valor para as empresas construtoras. No caso da favela Cidade de Deus, na Zona Oeste, um dos motivos seria a espaculação por conta das Olimpíadas de 2016.Freixo fala sobre a criação de uma cartilha sobre abordagem policial, criada a partir de denúncias de moradores de favelas.Ouça aqui.
Tais reflexões fizeram parte do debate Criminalização da Pobreza e Violências Urbanas do FSU.
Fonte: Agência Pulsar Brasil.
Retirado de: http://fragmentosativos.wordpress.com/2010/03/24/moradores-de-favelas-com-upps-ainda-sofrem-violencia-policial/
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