Daiene Cardoso
O candidato do PRB a prefeito de São Paulo, Celso
Russomanno, apresentou nesta quarta um pacote de medidas que pretende
adotar na segurança pública, se for eleito, ao participar da série
Entrevistas Estadão. O ex-deputado, líder em pesquisas de intenção de
voto, quer ampliar os investimentos e as atribuições da Guarda Civil
Metropolitana (GCM), integrar a corporação com as Polícias Civil e
Militar e até contar com os vigias noturnos de rua nos bairros.Pela Constituição, segurança pública é responsabilidade dos governos estaduais, mas costuma ser uma das áreas com mais queixas em pesquisas eleitorais, mesmo nas campanhas para as prefeituras. Ações como zeladoria e iluminação pública costumam ser apontadas como forma de prefeitos ajudarem os governadores nessa tarefa.
Russomanno indicou nesta quarta que quer ir além disso. Dizendo-se em sintonia com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato afirmou que vai ceder tablets e radiotransmissores não só para a GCM, mas para policiais civis e militares, a fim de melhorar a comunicação entre os agentes de segurança.
"A Prefeitura vai colocar à disposição uma frequência de rádio e todos vão conversar ao mesmo tempo: Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana. Quando houver a ocorrência, todos receberão a informação e a viatura que estiver mais próxima da emergência vai atender com rapidez", afirmou. As chamadas ao 190 são gerenciadas pela central da PM, subordinada ao governo estadual.
Russomanno disse que pretende aproveitar os 300 mil vigias noturnos e seguranças de rua que atuam na cidade para trabalhar em conjunto com os agentes públicos. "Só com isso vamos quadruplicar a quantidade de pessoas nas ruas", estimou. O candidato propõe um cadastro de vigilantes, para checar antecedentes criminais, mas não citou treinamento específico para essa nova missão. "Eles continuarão fazendo o trabalho que eles fazem, ganhando dos moradores, mas serão uniformizados e vão receber um rádio. É suporte de segurança pública."
Autoria
Para Russomanno, a GCM está "totalmente abandonada, desmotivada e largada" e, além de investir no aparelhamento dos agentes, vai promover mais concursos para ampliar o contingente municipal."Esses homens vão para a rua, como a legislação prevê, vão atuar em prisão em flagrante. A Guarda Civil pode fazer revista e pode apreender o que é ilícito", explicou. O candidato não só elogiou a Operação Delegada - que dá aos PMs a possibilidade de trabalhar para a Prefeitura nas horas vagas - como disse querer estendê-la a policiais civis e GCMs e ainda reivindicou a paternidade da iniciativa, adotada em 2009. "Foi ideia minha na campanha para governador."
Russomanno citou Paris ao dizer que São Paulo tem muitos pontos de luz, mas é "escura", e que vai pedir recursos federais para investir na iluminação. "O dinheiro existe, nós não precisamos tirar do orçamento da cidade. Eu vou buscar esse dinheiro do Programa Reluz e vamos fazer em São Paulo", prometeu.
O candidato também disse que vai ampliar o sistema de câmeras em vias públicas. "Vou fazer monitoramento das ruas, como o Rio de Janeiro está fazendo, através de câmeras."
Inspiração
Questionado sobre quem o inspira na política, Russomanno citou "o estadista" Aureliano Chaves, vice-presidente do governo João Figueiredo e com quem trabalhou no Ministério de Minas e Energia, na gestão José Sarney. Antes, o candidato do PRB começou a carreira política como assessor na Casa Civil paulista do governador Paulo Maluf (1979-1982), por indicação do então vice-governador José Maria Marin, hoje presidente da CBF.
Ao falar dessa ligação com governos da época do regime militar, Russomanno lembrou que é da reserva da Aeronáutica. "Não tenho problema nenhum com isso (em trabalhar para governo militar)", disse. "Tenho uma relação muito boa com os militares, não tenho problema nenhum com eles, mas isso não quer dizer que eu apoiasse o regime militar. Acho que o Brasil tem de viver o que a gente está vivendo, que é o amadurecimento da democracia", ponderou.
Ideologia. Hoje, Russomanno diz ser uma pessoa de centro. "Gosto de ouvir sempre os dois lados", afirmou, lembrando um bordão dos tempos do programa Aqui Agora, no SBT. "Que direita e que esquerda temos hoje no Brasil?", ironizou.
Se eleito, o candidato do PRB disse que sua primeira medida será fazer com que "os médicos cheguem na periferia". Ele defendeu a proposta de pagar R$ 20 mil para levar mais médicos para bairros carentes e disse que isso, ao melhorar a prevenção de doenças e reduzir a demanda nas emergências, seria uma política mais barata para o Tesouro municipal. "Tem de ter vontade política para fazer", afirmou.
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