domingo, 29 de novembro de 2009

Litoral se prepara para os ''crimes de temporada''

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Cidades que registraram mais casos de criminalidade ampliam o aparato de segurança e apostam em guardas e diálogo com moradores
Camilla Haddad
Para evitar a onda de criminalidade que assolou o litoral paulista na última temporada, prefeituras da região e as Polícias Civil e Militar se mobilizam para reforçar a segurança e garantir um verão tranquilo para os turistas. O primeiro município a tomar providências foi Santos, na Baixada Santista, que antecipou a "Operação Verão com Segurança", desenvolvida com a Guarda Municipal e prevista para 14 de dezembro. Em São Sebastião, litoral norte, por exemplo, moradores de Juqueí fazem cursos de segurança para evitar assaltos nos imóveis - delito característico do local.
Enquanto grande parte dos municípios tem mudado a rotina no quesito segurança, outras cidades preferem esperar o auxílio da Operação Verão, feita pelo governo do Estado e com início em 28 de dezembro. A partir dessa data, a PM estima 2.100 homens a mais nas praias: 600 para o litoral norte e 1.500 para o sul. O Setor de Inteligência da Polícia Civil de Santos fará blitze para prender procurados da Justiça e apreender armas e terá 400 investigadores a mais. As vizinhas Praia Grande e São Vicente, onde houve registros de arrastões em janeiro, informaram que vão aguardar reforço do Estado, mas já têm câmeras em suas orlas para monitorar eventuais ocorrências.
Para o secretário municipal de Segurança de Santos, Renato Penteado Perrenoud, é preciso se antecipar. "Nós costumamos esperar o reforço das polícias só que notamos um aumento significativo de turistas nos fins de semana. Então resolvemos adiantar." Segundo ele, folgas e licenças dos guardas foram suspensas para ajudar na operação. Outra novidade no combate à violência na cidade são quatro câmeras em teste que estão acopladas nos painéis das viaturas da guarda. As câmeras flagram cenas a até três metros de distância.
Atualmente, a arma contra a criminalidade na cidade é a central de videomonitoramento. São 29 câmeras de vigilância - 20 delas na orla da praia. De janeiro até o último dia 26, o sistema big brother flagrou 9.318 ocorrências, incluindo 31 roubos, 31 furtos, 5 portes de armas e 3.164 apreensões de drogas. Segundo o secretário, outras câmeras vigiam as pessoas no chamado centro velho de Santos, onde há bares e uma vida noturna agitada.
Em Mongaguá, a diretoria de segurança da prefeitura já contratou 40 homens extras para garantir o sossego dos veranistas. No Guarujá, recentemente foram instaladas quatro câmeras de vigilância - agora há um total de 34 equipamentos. Guardas municipais também têm patrulhado em horários mais longos. O mesmo ocorre em Itanhaém e em Peruíbe.

ESTATÍSTICAS
Dados estatísticos da Secretaria da Segurança Pública mostram que os roubos aumentaram em 14 cidades litorâneas de janeiro a setembro deste ano. Apenas em São Sebastião, esse tipo de delito cresceu 96,99%. Foi uma das razões que levaram moradores de Juqueí, em São Sebastião, a realizar um curso sobre segurança. Apesar das 37 câmeras, 100 pessoas receberam orientações do secretário da Segurança Urbana, Vicente Perine Junior, sobre a importância de se comunicar com vizinhos e evitar invasão de criminosos às residências.
Em Ilhabela também foram registrados arrastões em lojas de surfe e em uma pousada, em janeiro. A prefeitura tem realizado reuniões com o Conselho Comunitário de Segurança para discutir os casos e os comerciantes vêm comprando sistemas de segurança.
Carlos Nunes, representante da ONG Nossa Ilha Mais Bela contou que a cidade sobrevive de lazer e não pode ficar conhecida pela violência. "Aqui, um roubo de carteira é muito grave. O certo é não ter nada, mas ainda tem roubo de notebook e outros objetos." Segundo Nunes, moradores têm insistido com a prefeitura para criar a guarda municipal. "Seria uma grande ajuda."

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