Quietude “em memória ao bravo GCM Dásio Castro Filho

Quietude “em memória ao bravo GCM Dásio Castro Filho – “Nada Tema”

da IR-Mooca/GCM-SP, falecido em 13 de agosto de 2012, aos 50 anos”

                

Lapidário 1

Voltarei livremente para minha casa

andando com os meus pés descalços

com as lembranças felizes de um grande amigo

que perdeu-se sobre as terras ainda úmidas e frias

encontrando-me resignado pelas tempestades passadas

com ferocidade contra meu ser existente exauridos

depois dos sonhos e planejamentos desfeitos

dos quais ignorou-os a humanidade

acredito que somente no amor e amando

tornando-se como uma inocente criança

obtém-se uma vitória resistente

confortável e aprazível ao espírito brando

onde um forte torna-se na fiel esperança

lembrando-me no tempo presente os dias

vividos com as eloquentes e sábias palavras

daqueles dos que foram esbofeteados

e ceifadas as suas frágeis vidas humanas

sendo oprimidas pelos homens iracundos

enegrecidos em dias infelizes todo o universo

inundando com lágrimas e maciças nuvens negras

os sentimentos dos justos que serão abençoados.

Lapidário 2

Voltarei livremente para minha casa

andando com os meus pés descalços

apressadamente ao encontro do meu Criador

onde reina em seu poder absoluta a quietude

do mais largo e do mais profundo silêncio

que algum homem corporal poderia alcançar

na Baruch shalom Adonai  [na Bendita paz do Senhor]

e somente ouvirei nas manhãzinhas os passarinhos

a cantarem virtuosamente rompendo a escuridão

anunciando a estação da primavera

e das novas eras ainda vindouras

das mais belas e perfumadas flores

trazendo consigo uma luminosidade

em claríssimos e límpidos dias azuis

nos mais verdejantes campos e montanhas

que os olhos retilíneos possam suspirar

em uma suave brisa de amanhecer

e na corrente de águas transparentes

rejuvenescedoras do corpo e d’alma

esperando - mansamente a vida passar

em alegres dias e com brancas nuvens

a desabar uma leve chuva refrescante

observando - a perfeição da natureza

dos animaizinhos que habitam a terra são puros

mais do que todos os corruptos povos do planeta

esperando - na simplicidade das coisas

o desvendar dos mistérios das estrelas

observando - no céu o fulgor da eternidade

dos humildes misericordiosos em seus corações.

Jonas “Cardoso” Lima – GCM escritor poético-filosófico (16-10-2014).