quinta-feira, 12 de novembro de 2009

25 de Março sem camelôs. Só de manhã

Período também é bom para as compras porque sensação de segurança é maior sem ambulantes

MARICI CAPITELLI, marici.capitelli@grupoestado.com.br

Com a Rua 25 de Março pronta para o Natal, tanto a Guarda Civil Metropolitana (GCM) como os camelôs irregulares adotaram novas estratégias de atuação. Para impedir a ação dos ambulantes, os guardas ocupam as vias, evitando que eles se instalem. A estratégia funciona bem até por volta do meio-dia, quando é possível caminhar livremente pelas calçadas. O máximo que se via na manhã de ontem eram alguns vendedores oferecendo produtos em sacolas.

Mas quando vai chegando a hora do almoço, os clandestinos se misturam à multidão de compradores - são 700 mil por dia. Então começa a briga de gato e rato para ficar na 25 e na Ladeira Porto Geral, consideradas pontos nobres pelos marreteiros.
“Fizemos uma mudança de estratégia”, diz o inspetor da GCM, Dalmo Luiz Coelho Álamo. “Não estamos fazendo tantas apreensões porque eles resistem, ficam agressivos e partem para o confronto. Estamos ocupando estrategicamente a via para que eles não possam ocupar a área.” Hoje, 120 GCMs estão trabalhando na área, mas o número deve chegar a 180 até o início de dezembro. São 70 policiais militares.

Na Ladeira Porto Geral, onde os camelôs costumam vender bijuterias e carteiras falsificadas de grifes famosas, cerca de 20 guardas impediu que eles montassem bancas nas calçadas ontem.

O caminhar tranquilo pelas ruas surpreendeu os clientes. “Quando comecei a andar pela 25 de Março, a primeira coisa que disse foi que não acreditava no que estava vendo e que nem parecia a 25 de Março de todos os anos”, comemorava a aposentada Jucelene de Almeida, de 57 anos.

Tensão

Enquanto isso, os ambulantes se concentraram na Rua Comendador Afonso Kherlakian, onde ficam lojas especializadas em festas. Era quase impossível caminhar pela via, lotada de piscinas de plásticos, camisetas, bolsas, aparelhos eletrônicos pirateados e vários outros produtos. Apesar dos muitos clientes, os camelôs reclamavam que os lucros nessa rua são até 70% menores que na 25 de Março. “Há duas semanas nossa vida está um inferno. Não estamos conseguindo trabalhar na 25, justamente na melhor época do ano. Mas vou dar um jeito de ir para lá à tarde”, lamentava um vendedor de CDs piratas.

Uma vendedora de camisetas de 60 anos só estava esperando a hora do almoço para ir à 25. “Se os guardas dão bobeira, a gente vai para lá mesmo e se mistura na multidão. Só que este ano está mais difícil porque tem mais fiscalização.” Ela apanhou de outra ambulante que queria o seu ponto. “Concordo com a polícia que no meio da gente não tem só pai de família, mas muito bandido que se infiltra para roubar os fregueses. Como a gente é ilegal, não tem como chamar a polícia. Ficamos nas mãos deles.”

DICAS DE SEGURANÇA

1 Evite levar bolsas e mochilas às costas em locais movimentados

2 Não aceite orientação de estranhos ao sacar em caixas eletrônicos

3 Não perca as crianças de vista

4 Crianças perdidas deverão ser conduzidas à cabine da Polícia Militar

5 Não deixe objetos e pacotes à vista no interior de veículo estacionado

6 Fique atento ao utilizar o celular em via pública

7  Não participe de jogos e apostas em via pública porque são ilegais

8 Pagando com cartões de crédito ou débito, certifique-se que está recebendo do lojista o seu próprio cartão de volta

9 Não assine cheques com canetas de estranhos

10 Exija nota fiscal nas compras

11 Caso seja vítima de furto ou roubo, ou se sinta ameaçado, procure a Polícia Militar

Retirado de: http://www.jt.com.br/editorias/2009/11/11/ger-1.94.4.20091111.23.1.xml

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