quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Polícia do Rio mata dez mil em 12 anos

pm

A polícia brasileira matou mais de dez mil pessoas no Rio de Janeiro, no período de 12 anos e em confrontos armados com presumíveis bandidos. Na opinião de peritos, a violência policial continua, assim, a ser um dos mais graves problemas do Estado em matéria de direitos humanos.

As estatísticas oficiais dão conta de que, de Janeiro de 1998 a Novembro de 2009, 10 385 pessoas foram mortas durante os denominados "actos de resistência".

A violência urbana é um problema endémico no Rio onde vários milhões de pessoas vivem em favelas. Trata-se de uma dos estados mais violentos do Brasil, país que regista anualmente mais de 40 mil assassinatos, ou seja, uma taxa anual de 23,8 homicídios por cem mil habitantes, de acordo com documentos emitidos pelo Ministério da Justiça.

O maior número de pessoas mortas pela polícia - 3,2 mortos por dia em média - tem ocorrido sob a actual gestão do governador do Rio, Sérgio Cabral. A revelação foi feita por Ignacio Cano, um especialista em violência da Universidade do Rio de Janeiro.

"As execuções sumárias continuam a ser a questão mais grave dos direitos humanos no Rio", sublinhou o referido investigador em declarações ao diário Estado de São Paulo.

Desde a sua chegada ao poder, em Janeiro de 2007, Sérgio Cabral lançou duras ofensivas policiais contra os traficantes de droga que controlam a maioria das cerca de mil favelas existentes na cidade. Mas as organizações humanitárias criticam estas operações da polícia que frequentemente se saldam pela morte de simples habitantes daquelas áreas degradadas.

O secretariado para a segurança do Rio atribui o grande número de mortos "à guerra dos gangues que disputam entre si territórios para o controlo e a venda da droga", nomeadamente nas favelas.

Silvia Ramos, directora do Centro de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, refere também as mortes nos "actos de resistência" como o maior problema dos direitos humanos no Rio de Janeiro.

Retirado de: http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1473237&seccao=CPLP

Nenhum comentário:

Postar um comentário