Investigação da Polícia Civil gravou conversa entre criminosos; policiais do Deic fazem busca na região por integrantes do PCC
"Libera
os meninos para sentar o pau nos polícia." Essa frase foi gravada em
uma conversa entre um traficante da Cidade Tiradentes, na zona leste de
São Paulo, e um homem ainda não identificado pela inteligência da
Polícia Civil. Ela é um dos principais indícios da suposta participação
do crime organizado nas mortes de policiais. A outra é uma gravação na
qual bandidos de Paraisópolis, na zona sul, falam em arrecadar R$ 300 de
cada "irmão" para o ataque.
Reação dos criminosos: "Execução de PMs é retaliação ao trabalho da polícia"
Um comandante da PM afirmou ontem ao iG que
a polícia tem notícias de que criminosos pretendem matar mais agentes:
"os boatos dizem que têm 50 policiais para morrer. Não são policiais
marcados, é um número que eles querem atingir". O comandante pediu para
não ser identificado e disse não saber se as mortes teriam ligação com o
PCC. "É possível que seja. O PCC quer botar terror em São Paulo".
Leia também:

Motos da PM e carro da Guarda Civil em frente ao 8º Distrito Policial, no Brás, na região central da capital
Segundo
as investigações do Polícia Civil, falta saber se todas as mortes de
policiais têm relação. Um exemplo das dúvidas que cercam a apuração é a
gravação do bandido - um homem do segundo escalão da facção - da Cidade
Tiradentes. Ela foi feita na sexta-feira, por volta das 14h30. Naquele
momento, quatro policiais já teriam sido mortos. Assim, se a ordem era
para atacar a partir daquele horário, quem teria matado os outros
policiais? A mesma dúvida cerca a outra conversa interceptada por uma
delegacia da zona sul de São Paulo: ela foi realizada também na
sexta-feira.
"Estamos
ouvindo diversas denúncias, mas não conseguimos ainda saber o que está
ocorrendo", disse um diretor da Polícia Civil. De fato, desde
sexta-feira, foram feitas 80 ligações para o Disque-Denúncia da Polícia
Civil sobre possíveis ataques e 31 homicídios foram contados pela
polícia no Estado durante o fim de semana. "Estamos acompanhando dia a
dia os passos da criminalidade", afirmou outro diretor.
Na
sexta-feira, além do reforço de policiamento feito na Grande São Paulo,
a Polícia Militar decidiu enviar a Tropa de Choque para Paraisópolis e
parte da zona leste - locais onde haveria ameaça de ataques. Ao mesmo
tempo, policiais da Delegacia de Repressão a Facções do Departamento
Estadual de Investigações Criminais (Deic) foram em carros
descaracterizados para a zona leste. Queriam surpreender suspeitos de
pertencer ao PCC.
Na
zona leste, onde ocorreu a maioria dos casos de execução de PMs, o
sargento Eduardo, comandante do 8º Batallhão, que fica na região do
Tatuapé, informa que recebeu uma base móvel extra. “Recebemos reforço
com quatro policiais e armas de grosso calibre para o caso de
enfrentamento. Se acontecer alguma coisa, estamos preparados".
Para
aumentar o número de policiais nas ruas, agentes que trabalham dentro
dos batalhões foram deslocados para o patrulhamento para aumentar a
situação de segurança da população. “As pessoas da parte interna estão
indo para o operacional para aumentar o efetivo”, diz o sargento.
Fonte: http://policiamunicipaldobrasil.blogspot.com.br/2012/06/traficante-na-zona-leste-deu-ordem-para.html?spref=tw
Nenhum comentário:
Postar um comentário