quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Tribunal avalia se guardas municipais podem multar

BELO HORIZONTE

Ernesto Braga - Estado de Minas

Publicação: 09/12/2009 06:27 Atualização: 09/12/2009 07:15

Os próximos dias serão decisivos para o futuro do trânsito de Belo Horizonte. Na quinta-feira, com a provável publicação de acórdão no Diário Oficial da União, deve começar a vigorar a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que proibiu os 400 agentes da BHTrans de multar motoristas infratores. Já a posição sobre o poder da Guarda Municipal de atuar na fiscalização do tráfego poderá ser definida nesta quarta-feira pela corte superior do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Os 25 desembargadores retomam o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) proposta pelo Ministério Público Estadual, que retira de 130 guardas municipais a permissão para punir condutores que desrespeitarem a legislação de trânsito na capital. Caso essa decisão seja contrária à posição da prefeitura, a vigilância nas ruas passará a ser exercida apenas por 415 policiais militares. Tudo isso em uma época de movimento crescente por causa da aproximação do Natal.

Saiba mais...

"Não temos um plano B", diz prefeito sobre possível derrota da BHTrans

 BHTrans abre licitação para novos radares

Projeto pune com mais rigor abusos no trânsito

Mas o panorama no Tribunal de Justiça é favorável à administração municipal. Até agora, 12 magistrados do TJMG se manifestaram contrários à Adin e cinco votaram a favor. Se a maioria dos desembargadores mantiver sua decisão, basta um voto para que a prefeitura vença a batalha e o bloco de multas volte para as mãos da Guarda Municipal. No entanto, os integrantes da corte superior podem mudar de opinião e, consequentemente, de voto, alterando o quadro. O procurador-geral do município, Marco Antônio de Rezende Teixeira, ressalta que, mesmo se a maioria dos desembargadores votar contra a Adin, o julgamento pode não terminar hoje. “Enquanto os 25 magistrados não derem seu parecer, a sessão não é encerrada. Pode acontecer de 13 votarem contra a Adin, o que representa a maioria, mas um pedir vista para analisar melhor o processo. Esperamos um desfecho hoje, mas ele pode não ocorrer”, disse Teixeira.
O julgamento se arrasta desde outubro e foi adiado três vezes, duas por pedidos de vista dos desembargadores Roney Oliveira e Carreira Machado. O último adiamento foi em 11 de novembro, por causa das férias de Carreira Machado. O procurador-geral de Justiça Adjunto do MPE, Geraldo Flávio Vasques, que propôs a Adin, não quis comentar uma possível mudança no panorama da corte superior, alegando que prefere aguardar o desenrolar da sessão de hoje.
Mas Vasques não descarta a possibilidade de o MPE entrar com recurso no STJ, em Brasília, caso perca a batalha no TJMG. No seu entendimento, a permissão para aplicar multas dada à Guarda Municipal fere a Constituição Federal. Tese que é combatida por Marco Antônio Teixeira. “O argumento é que a Guarda deve se limitar aos serviços municipais, mas o trânsito se enquadra nesses serviços”, afirmou o procurador-geral do município.

Recurso

Com a publicação do acórdão da decisão unânime da 2ª Turma do STJ, de 10 de novembro, proibindo a BHTrans de aplicar multas na capital, os agentes de trânsito não poderão mais punir motoristas infratores. Mas Marco Antônio Teixeira informou que a Prefeitura de BH já elaborou um embargo declaratório, recurso que será impetrado assim que ocorrer a publicação.
“O embargo declaratório é apresentado ao próprio STJ e serve como preparatório para um recurso posterior, que poderá ser encaminhado à instância máxima, ou seja, o Supremo Tribunal Federal (STF)”, explicou. O embargo, que tem efeito suspensivo da sentença, é usado para questionar possíveis contradições ou pedir esclarecimentos de dúvidas relativas à decisão. O procurador afirmou que, caso a prefeitura perca na Justiça as ações propostas contra a BHTrans e Guarda Municipal, prevalecerá o convênio com o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar.

 

Retirado de: http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2009/12/09/noticia_minas,i=139300/TRIBUNAL+AVALIA+SE+GUARDAS+MUNICIPAIS+PODEM+MULTAR.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário