Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
A versão pirata do filme Lula, o Filho do Brasil está sendo vendida por camelôs há 1.200 metros do apartamento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mora com sua família, no Centro de São Bernardo.
Os ambulantes oferecem as cópias falsificadas em saquinhos plásticos em diversos boxes da Galeria Lauro Gomes, ou em barraquinhas na calçada da Avenida Brigadeiro Faria Lima e até em araras na Avenida Marechal Deodoro. Todos esses locais ficam na região central da cidade. O preço da cópia varia de R$ 4 a R$ 5, ou "na oferta" três filmes por R$ 10.
A versão do longa-metragem está com baixa qualidade técnica. Ao assistir o filme é possível perceber que alguém gravou de dentro de uma sala de cinema. O Diário pesquisou em 12 pontos de vendas e dez camelôs falaram que é melhor não levar, porque a cópia está ruim. Um dos vendedores deu garantia de troca, caso houvesse algum problema. Há um carimbo: "10 dias p/ Troca".
"Deixa para comprar na próxima semana. Parece que vai chegar coisa boa, porque essa aí não dá para ouvir direito, mas se quiser levar o problema é seu", aconselhou uma jovem vendedora na Galeria Lauro Gomes.
O filme começou a ser comercializado nas ruas por volta do dia 10 - dez dias após a estreia nacional - e, segundo os marreteiros, no começo foi sensação com venda de até 100 cópias diárias.
"Vendi bastante nos primeiros dias. As pessoas continuam procurando, mas é melhor não vender desse jeito, porque dá dor de cabeça e aí não vira", conta um ambulante na Avenida Faria Lima.
JEITINHO BRASILEIRO - Para aproveitar a onda do filme da vida de Lula, os camelôs estão vendendo o documentário ABC da Greve do cineasta Leon Hirszman como se fosse o longa.
"Nossa, quando vi o Lula no filme, pensei: ‘O que ele está fazendo aí''. Só depois que percebi que era um outro filme", disse uma camelô na Galeria Lauro Gomes.
A DVD com o documentário saí por R$ 4, com direito a teste na própria barraca da Avenida Brigadeiro Faria Lima.
A Prefeitura de São Bernardo informou que há uma ação fiscal com a Secretaria de Serviços Urbanos e a Guarda Civil Municipal contra a venda de qualquer tipo de produto pirata, incluindo filmes.
Apenas 11 mil espectadores assistiram ao filme na região
No Grande ABC, o filme Lula, o Filho do Brasil foi visto por 11.659 espectadores nos primeiros 17 dias de exibição. No País foram 643.470 ingressos vendidos no mesmo período. O produtor do longa, Luiz Carlos Barreto tinha a expectativa de alcançar 5 milhões de espectadores.
Para Paulo Sergio de Almeida, diretor do site Filme B, sobre o mercado cinematrográfico, o número era apenas um sonho do produtor.
"O Lula tem uma aprovação de mais de 80%, mas isso não significa que vai lotar as salas de exibição. O povo gosta do presidente na política", diz.
"O resultado foi o mesmo que o mapa eleitoral. O filme foi bem na cidade de São Paulo, e nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do Nordeste. Já no Sul e no interior de São Paulo foi mal. Mas esse público não é ruim. Apenas as expectativas eram maiores", analisa Almeida.
Cópias de péssima qualidade são vendidas em Brasília e RJ
Em Brasília e no Rio de Janeiro as cópias piratas do filme Lula, o Filho do Brasil são de péssima qualidade, como as encontradas na região central de São Bernardo pelo Diário.
Retirado de:
Diferente daqui, onde é possível encontrar uma cópia do DVD por R$ 4, nas cidades mencionadas, os ambulantes vendem por R$ 10 em bancas e nos bares.
As pessoas que compraram os DVDs falsificados reclamam da procedência. Até o ministro interino da Justiça, Luiz Paulo Teles Barreto, que também é presidente do Conselho Nacional do Combate à Pirataria confirmou a venda e disse ao jornal O Globo que não dá para assistir e é fraude, roubo. Não vale a pena nem de graça.
Segundo a produtora do longa, o DVD original será lançado neste primeiro semestre e custará R$ 10.
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