Quando o pastor-belga de malinois Zeus, 4 anos e meio, participa de abordagem policial da GCM (Guarda Civil Municipal) de Diadema, é de causar medo. Sua mordida forte é capaz de derrubar o suspeito, e seu latido poderoso o mantém sob controle até que seja conduzido à viatura.
Porém, basta ouvir a palavra friend (amigo, em inglês), que a pose de bravo se desfaz, e o focinho gelado encosta na mão de quem quer que seja para pedir carinho. Zeus é um dos seis cães que atuam na corporação da cidade. Da mesma raça há o filhote Cratus, que é neto do pastor-belga, além de dois pastores-alemães (um também filhote, o Cronus), e dois labradores, entre eles Hunter.
Zeus e Hunter ajudaram Diadema a conquistar na terça-feira o primeiro lugar no 3º Encontro de Canis da GCM da cidade de Itapevi, no interior do Estado. Oevento reuniu nove cidades e 11 equipes. Hunter foi o melhor cão da categoria faro de entorpecentes, com o guarda-civil Yoshio. Segundo o supervisor Cordeiro, a prova tinha tempo máximo de dez minutos, mas o labrador de pelo preto e corpo musculoso encontrou dois pontos de drogas em exatos 41 segundos. “Ele marcou 100% na pontuação e não houve outro cão para superá-lo.”
Já Zeus conquistou o primeiro lugar na categoria abordagem policial, com os guardas-civis Almeida e Dias. O canil também conquistou o prêmio de melhor conjunto, por apresentar a equipe mais completa tanto em faro quanto abordagem.
Não é a primeira vez que a equipe conquista prêmios. Criado em 2008, o canil tornou-se referência nacional: é bicampeão do Campeonato de Cães de Polícia das Guardas Civis Municipais do Brasil, além de ter os cães aprovados pelo Kennel Clube, órgão internacional que avalia o porte e características de raças caninas. A GCM conquistou ainda outros campeonatos realizados em cidades do Interior.
Para o guarda-civil Almeida, o treinamento diário desde que o cão é filhote ajudou a conquistar o reconhecimento. “Os animais são treinados por estímulo e resposta e são sempre recompensados quando atingem o objetivo.”
No caso de Hunter, o supervisor Cordeiro explica que o animal é louco por bolinhas de tênis, e sempre recebe uma em troca quando encontra os entorpecentes. “Ele, inclusive, já chegou a colocar três bolinhas de uma só vez na boca”, brinca.
O GCM Rosair, que serviu de figurante para receber as mordidas de Zeus enquanto a equipe do Diário esteve no canil, afirmou que, além de participar de abordagens policiais para contenção de suspeitos, busca de drogas e controle de distúrbios civis, os cães também têm papel educativo. “O mesmo cachorro que se vê aqui, que ataca quando recebe o comando, é dócil e carinhoso com as crianças que nos visitam, ou mesmo quando vamos até as escolas”, explica. A mudança depende de um simples comando, aprendido em anos de treinamento.
Fonte: Diário do Grande ABC
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